domingo, novembro 7

Soneto XVII - Pablo Neruda


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Não te amo como se fosses rosa de sal, topázio
ou seta de cravos que propagam o fogo:
amo-te como se amam certas coisas obscuras,
secretamente, entre a sombra e a alma.

Amo-te como a planta que não floriu e leva
dentro de si, oculta, a luz das flores,
e, graças ao teu amor, vive obscuro em meu corpo
o denso aroma que subiu da terra.

Amo-te sem saber como, nem quando, nem onde,
amo-te siplesmente sem problemas nem orgulho:
amo-te assim porque não sei amar de outra maneira,

a não ser deste modo em que nem eu sou nem és,
tão perto que a tua mão sobre o meu peito é minha,
tão perto que os teus olhos se fecham com o meu sono.

Retirado do livro Cem Sonetos de Amor - Pablo Neruda
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Um comentário:

Thaís Borba disse...

"Amo-te sem saber como, nem quando, nem onde"
Que lindo!
Você tem bom gosto flor!

Thita, segue esse blog aqui, é um trabalho da facul...
http://www.psiprevine.blogspot.com/beiju