domingo, fevereiro 27



Duas damas. Duas forças opostas que se olham de longe. Forças iguais, estratégias diferentes. Quem fez o primeiro movimento? Nesse jogo de Xadrez da vida real é necessário mais que táticas e cálculos matemáticos para ganhar, moça. A cada passo seu eu observo e analiso para te instigar ainda mais. A cada jogada minha você responde com algo desconfortante e ao mesmo tempo agradável. 
É que nosso jogo leva mais do que cognição e imaginação. Os sentimentos envolvidos não deixam que joguemos com a clareza e precisão necessária para que uma de nos duas ganhe. Entende o que quero dizer moça? Você sabe o poder que tem sobre mim? Quando lança seus peões para me distrair? O seu rei nós sabemos que não é páreo e os outros também não passam de joguetes. Cavalos fogem a galope e torres foram destruídas pelos meus olhares e carinhos. Os Bispos? Ora... O que sabem eles dos nossos sentimentos?  As minhas peças? Bem... Eu mesma derrubo para que você venha a mim. Esse jogo eu aceito perder, pois sei que assim saio ganhando também.
 Mas venha logo e olhando nos meus olhos derrube o meu rei, se aproprie do meu reino e tome para si essa moça que sou. Moça e rainha venerada, mas que não passa de um peão em suas mãos.

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